Florence Weyne Robert

Esta exposição foi composta por peças impressas em preto e branco e a laser em papel de gramagem 80g coladas em folhas imantadas e postas em painéis de madeira revestidos de tinta magnética. As junções entre as peças são visíveis e imperfeitas pois cada peça é cortada à mão. O tema floral e a técnica de recorte de uma imagem podem remeter à ideia do azulejo por um lado e por outro à maneira de se fazer cinema - sou muito influenciada pelo meu trabalho como anotadora no cinema, técnica responsável pelo « raccord » entre cada plano e pela coerência narrativa de um todo a partir dos fragmentos filmados na desordem e numa temporalidade específica ao « fazer » cinema.

A flor que serviu de base para a imagem - um dente de leão - nos remete de forma inconsciente ou óbvia ao lado efêmero e mutante das formas que a vida toma, e o trabalho de combinação entre os 9 fragmentos da imagem geram variadas possibilidades, formando imagens–narrativas que, refletindo nossas próprias vidas, são essências mutantes de nós mesmos.

No final temos uma obra interativa, e em que cada qual pode criar sua imagem, sua combinação, por meio da técnica de magnetos a serem postos em superficie revestida com tinta magnética. Já que a probabilidade de fazer uma combinação igual a outra é de 1/185.794.560,  cada um pode ser o co-autor de sua própria imagem final.